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domingo, 4 de setembro de 2011

Inquérito de Prevalência de Infecção - "FOTOGRAFIA" das IACS de 2010

A Direcção-Geral da Saúde publicou o relatório do Inquérito de Prevalência de Infecção referente ao estudo realizado em Março de 2010.

Resumo dos principais resultados:

Este estudo teve a participação de 97 hospitais do Continente e Ilhas num total de 21011 doentes.

Observou-se uma taxa de prevalência de infecção nosocomial de 11,7%  (11,3% em 2009) e uma taxa de prevalência de infecção da comunidade de 22,5% (22,39% em 2009).

Importa realçar que os serviços que apresentaram taxas mais elevadas foram as unidades de cuidados intensivos, serviços cirúrgicos e de hematologia/oncologia.

As Principais infecções nosocomiais são as infecções respiratórias, urinárias e as do local cirúrgico.

Staphylococcus spp, E. coli e Pseudomonas aeruginosa representaram 66% dos microrganismos isolados nas infeções nosocomiais e 48,9% dos doentes estavam a tomar antibióticos.

Documento em: www.dgs.pt

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Enterococco Vancomicina-resistente (VRE)

O VRE está, cada vez mais, presente nas infecções associadas aos cuidados de saúde.
Para evitar a sua disseminação nosocomial importa implementar medidas de controlo de infecção. Nomeadamente precauções de contacto.

Mais informações em: http://www.cdc.gov/HAI/organisms/vre/vre.html

quarta-feira, 15 de junho de 2011

GUIA PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO em ambulatorio: Expectativas para cuidados seguros

Este documento é um guia de resumo de recomendações para prevenção de infecção em ambulatório. As recomendações incluídas neste documento não são novas, mas sim directrizes baseadas em evidência já produzida.  Este guia resumo baseia-se principalmente nos elementos de Precauções Básicas e representa a prevenção de infecção e expectativas para cuidados seguros em ambulatório.

Documento completo em http://www.premierinc.com/safety/topics/guidelines/downloads/Ambulatory-Care-04-2011.pdf

terça-feira, 7 de junho de 2011

Prevenção da transmissão de MRSA

As infecções por  Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) ocorrem com mais frequência entre os doentes submetidos a procedimentos invasivos (tais como cirurgia, cateterismos ou ventilação). 

O MRSA é frequentemente causador de infecções potencialmente perigosos, tais como infecções da corrente sanguínea, infecções do local cirúrgico e  pneumonia.

O MRSA dissemina-se facilmente nas unidades de saúde através das mãos dos profissionais de saúde.

As Mãos podem ser contaminadas com a bactéria MRSA após contacto com doentes infectados ou colonizados. 
 



Se não for realizada uma adequada higiene das mãos, 
o MRSA pode disseminar-se através das mãos 
dos profissionais quando tocarem em outros doentes.

Prevenção da transmissão de MRSA. 
Práticas básicas para a prevenção e controlo da transmissão de MRSA: é recomendada para todos os hospitais de agudos.

Componentes de um programa de prevenção da transmissão de MRSA


1.Realizar uma avaliação de risco de MRSA


2.Implementar um programa de monitorização de MRSA


3.Promover o cumprimento das recomendações da Organização Mundial de Saúde para a higiene das mãos 


4.Usar precauções de contacto para doentes colonizados ou infectados por MRSA


5.Assegurar a limpeza e desinfecção dos equipamentos e do ambiente


6.Educar os profissionais de saúde acerca do MRSA, incluindo factores de risco, vias de transmissão, as medidas de prevenção e epidemiologia local



7.Implementar um sistema alerta baseado no laboratório que notifique imediatamente.  

8.Implementar um sistema de alerta que identifique 
doentes colonizados ou infectados readmitidos ou transferidos

9.Fornecer informação sobre o MRSA e sobre as medidas a implementar às partes interessadas como médicos e pessoal de enfermagem



10.Educar os doentes e suas famílias sobre a MRSA, conforme a situação.







Abordagens especiais são recomendados para situações que possam sugerir uma ausência de controle efectivo, apesar da implementação de práticas de base.








sábado, 16 de abril de 2011

Idosas em risco de algaliação desnecessaria nos serviços de urgência

Muitos dos cateteres urinários colocados nos serviços de urgencia podem não ser necessários. 
Os autores avaliaram a utilização da algálias com a conformidade com as  diretrizes da instituição e avaliaram os factores que influenciam a sua utilização.Este é um estudo retrospectivo observacional de 12 semanas de avaliação da utilização dos cateteres urinarios em todas as admissões no serviço de urgencia do hospital em estudo.
Foi observada a razão para a colocação, a presença da ordem de um médico para a sua colocação, o envolvimento do médico, idade e o sexo do doente.



Dos 4.521 pacientes avaliados, 532 (11,8%) tinha uma algália. Destes, 371 (69,7%)  com indicação de acordo com as directrizes, e 312 (58,6%) com ordem de um médico documentada. Cerca de 41% foram algaliados sem indicação de acordo com as directrizes da instituição.



A idade média dos pacientes que tiveram uma algália sem a indicação correcta foi de 71,3 ± 18,8 anos, dos indivíduos com indicação foi de 60,0 ± 22,4 anos (P <0,0001), e os indivíduos que não tiveram uma algália de  56,2 ± 22,6 anos (P <0,0001).  
Metade das mulheres com idade ≥ 80 anos que tinha colocado uma algália não tinham uma indicação de acordo com as diretrizes institucionais.
Os autores demonstraram que as mulheres tinham 1,9 vezes mais probabilidade que os homens de ter uma algália sem indicação correcta. Tal como as pessoas com idade ≥ 80 anos tinham 2,9 vezes mais probabilidade ​​do que aqueles de idade ≤ 50 anos, para ter uma algália sem uma indicação adequada. 
Este estudo conclui que as mulheres idosas têm maior risco de serem algaliadas sem indicação adequada  no serviço de urgência. 
Artigo original in: http://www.ajicjournal.org/article/S0196-6553%2810%2900672-3/abstract

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Bundle para prevenir a infecção nosocomial da corrente sanguinea associada ao cateter vascular central

As recentemente publicadas Guidelines for the Prevention of Intravascular Catheter-Related Infections, 2011 (in http://www.cdc.gov/hicpac/pdf/guidelines/bsi-guidelines-2011.pdf) recomendam a utilização de  Bundles para prevenir a infecção nosocomial da corrente sanguínea associada ao uso do catéter vascular central (CVC). O Institute for healthcare improvment propõe cinco medidas de eficácia comprovada na prevenção desta infecção e que se implementadas em conjunto resultam melhor do que implementadas individualmente.
 CVC Bundle:
  • Higiene das mãos;
  • Máximas Precauções de Barreira durante a inserção;
  • Antisepsia da pele com  Clorohexidina;
  • Optimizar o local de inserção do CVC, evitando a femoral para CVC em adultos;
  • Rever diariamente a necessidade de manter o cateter, removendo-o prontamente.
in http://www.ihi.org/IHI/Topics/CriticalCare/IntensiveCare/Changes/ImplementtheCentralLineBundle.htm

sexta-feira, 8 de abril de 2011

New guidelines to prevent catheter-related infections

New guidelines to prevent catheter-related infections

Naomi O’Grady, MD
Naomi O’Grady, MD

Recently, hospital-acquired infections have become an important benchmark of hospital quality and patient safety. Many hospitals are now being required to report patient safety data, and some of this data includes infection rates.
I am proud to announce the release of the updated Guideline to Prevent Intravascular Catheter Related Infections. Clinicians and infection control personnel now have the most recent published information on how to best eliminate these types of infections.


 http://blogs.cdc.gov/safehealthcare/?s_cid=dhqp_017

2011. Guidelines for the Prevention of Intravascular Catheter-Related Infections

Desde 2009 que o draft das Guidelines for the Prevention of Intravascular Catheter-Related Infections estava a ser trabalhado, agora foi publicada a versão final (esta semana). Sobre as  guidelines de 2002 há lugar ao  destaque de algumas àreas:
1) Educação e formação de profissionais que inserem e fazem a manutenção dos cateteres;  
2) Uso de barreiras máximas (estéreis) durante a inserção do cateter venoso central; 


3) Preparação da pele com  de clorexidina (> 0,5%) com álcool;  
4) Não substituição de cateteres venosos centrais por rotina como estratégia para prevenir a infecção;
5) Uso de cateteres venosos centrais de curta duração impregnados com anti-séptico/antibiótico (em situações especificas)
6) Uso de pensos de clorexidina se a taxa de infecção não está a diminuir, apesar da adopção de outras estratégias.  
Estas orientações também enfatizam a melhoria do desempenho através da implementação de bundles, e documentar e relatar as taxas de adesão com todos os componentes do pacote como referência para a garantia da qualidade e melhoria de desempenho.

Resumo das recomendações

  • Educar os profissionais de saúde quanto à indicação do uso de cateter intravascular, os procedimentos adequados para a inserção e manutenção dos cateteres,  e medidas adequadas de controlo de infecção;
  • Designar apenas pessoal qualificado para a inserção e manutenção de cateteres;
  • Pesar os riscos e benefícios de cada local de colocação de um cateter venoso central tendo em conta o risco de complicações mecânicas  e infecciosas;
  • Evite a veia femoral para acesso venoso central em adultos;
  • Use a subclávia, ao invés da jugular ou femural, em adultos, para minimizar o risco de infecção para a colocação de CVC não tunelizado;
  • Utilizar um CVC com o número mínimode lúmens, indispensáveis;
  • Retirar imediatamente qualquer cateter intravascular assim que deixe de ser essencial;
  • Quando a adesão à técnica asséptica não pode ser garantida (ou seja, cateteres inseridos durante uma emergência médica), substituir o cateter o mais rapidamente possível, ou seja, dentro de 48 horas; 
  • Realizar a higiene das mãos e manter a técnica asséptica para a inserção e manutenção dos cateteres intravasculares;
  • Use barreira máxima (estéreis) incluindo a utilização de um gorro, máscara, bata, luvas estéreis, e campo esteril grande, para a inserção de CVCs, PICCs, ou troca do fio-guia;
  • Prepare a pele (previamente limpa) com uma preparação de clorexidina (> 0,5%) com álcool antes de cateter venoso central e cateter arterial periférico e durante as trocas de curativos.(excepto em  crianças com idade inferior a 2 meses);
  • O anti-séptico deve secar (de acordo com as recomendações do fabricante) antes da colocação do cateter;
  • Use um penso esterilizado, transparente, semipermeável  (mudar pelo menos a cada 7 dias, excepto na pediatria) para cobrir o local do cateter ou um penso com uma compressa esterilizada (mudar a cada 2 dias) se houver diaforese ou se o local estiver a sangrar até que isso seja resolvido;
  • Substituir o penso caso esteja húmido, solto ou visivelmente sujo;
  • Não use pomadas ou cremes antibióticos tópicos no local de inserção, com exceção de cateteres de diálise, devido ao seu potencial de promover infecções fúngicas e resistência aos antimicrobianos;
  • Não molhe o local do cateter ou cateter, o banho deve ser autorizado se forem tomadas as precauções para reduzir a probabilidade de introdução de microrganismos no cateter e conexões;
  • Assegurar que os cuidados ao cateter é compatível com o material do cateter;

    As recomendações completas devem ser consultadas: Guidelines for the Prevention of Intravascular Catheter-Related Infections, 2011 in http://www.cdc.gov/hicpac/pdf/guidelines/bsi-guidelines-2011.pdf

    quinta-feira, 7 de abril de 2011

    Estratégias para evitar as infecções associadas aos cuidados de saúde em hospitais de agudos (4)

    Prevenção da Infecção do Local Cirúrgico (ILC)

    • Garantir a vigilância da ILC.
    • Fazer profilaxia antimicrobiana em conformidade com as normas baseadas em guidelines.
    •  Não remover pêlos no local da cirurgia a menos que vá interferir com a cirurgia, não use lâminas de barbear.
      • Controle de nível de glicose no sangue durante o período pós-operatório imediato de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca.
      • Educar cirurgiões eo pessoal perioperatório sobre prevenção ILC. 
      • Educar os doentes e suas famílias sobre a prevenção ILC.
      • Não use rotineiramente a vancomicina como profilaxia antimicrobiana; vancomicina pode, contudo, ser um agente adequado para circunstâncias clínicas específicas.
        Texto original in http://www.jstor.org/stable/full/10.1086/591060#h1

        domingo, 3 de abril de 2011

        Estratégias para evitar as infecções associadas aos cuidados de saúde em hospitais de agudos (3)


        Prevenção da infecção do tracto urinário (ITU) associada à algaliação 
        • Fornecer e implementar orientações escritas para o uso da algália, inserção e manutenção. 
        • Certifique-se que apenas pessoal treinado procede à algaliação. 
        • Garantir a técnica asséptica na inserção do catéter.
        • Documentar informações no processo do doente: indicações para a inserção do catéter, data e hora de inserção, profissional e a data e hora da remoção.
        • É necessário pessoal qualificado e recursos tecnológicos para apoiar a vigilância sobre o uso das algálias. Use critérios padronizados para identificar as ITU associadas à algaliação (dados numerador). Recolher a informação sobre o número de catéter/dia (dados denominador) para a unidade ou unidades que estão a ser monitorados. Calcular as taxas de ITU associada à algaliação. Monitorizar a utilização de algálias, incluindo a taxa de algaliação durante o internamento, taxa de utilização da algalia segundo as indicações aceites, e a duração da manutenção do catéter. 
        • Educar os profissionais de saúde envolvidos na algaliação, nos cuidados e manutenção da algália.
        • Educar sobre a prevenção da ITU, incluindo alternativas para algaliação e procedimentos para a inserção do catéter, manutenção e remoção.
        • Algaliar só quando estritamente necessário e apenas enquanto for indicado.Considere outros métodos alternativos
        • Higienizar as mãos (em conformidade com o Centers for Disease Control and Prevention ou orientações Organização Mundial de Saúde) imediatamente antes da inserção do catéter, antes e após qualquer manipulação do sistema.
        • Inserir cateter com técnica asséptica e material estéril. 
        • Seleccionar um cateter de baixo calibre tanto quanto possível, que seja consistente com uma drenagem adequada, para minimizar trauma uretral 
        • Fixar a algália após a inserção para impedir o movimento e tração uretral.
        • Manter o sistema de drenagem fechado e estéril (quando houver quebra da junção algália-saco colector com este deve ser substituído com técnica asséptica e após desinfecção da junção).
        • Na colheita de urina asséptica colher a amostra por aspiração com uma agulha e seringa estéreis após desinfecção do ponto de colheita.
        • Manter o fluxo da urina mantendo o sistema desobstruído.
        • Esvaziar o saco colector regularmente, usando um recipiente individual para cada doente e evitar que a torneira de despejo tocar no recipiente de recolha.
        • Manter o saco colector sempre abaixo do nível da bexiga. 
        • Manter a limpeza do meato com a higiene rotina.
          Algumas abordagens especiais para a prevenção da ITU associada à algaliação. Realizar uma avaliação de risco. Estas abordagens especiais são recomendados para locais e / ou populações dentro do hospital após avaliação de risco que sugira ausência de controlo efectivo, apesar da implementação das práticas de base.

          • Implementar um programa para identificar e remover cateteres que já não são necessários.
          • Desenvolver um protocolo para a gestão de retenção urinária pós-operatória, incluindo a utilização do cateterismo intermitente e uso de scanners vesicais. 
          • Estabelecer um sistema para analisar e divulgar dados sobre o uso de algálias e eventos adversos associados. 
          Abordagens que não devem ser consideradas por rotina.  
          • Não use rotineiramente cateteres revestidos a prata ou outros antibacterianos.
          • Não trate a bacterúria assintomática em doentes cateterizados, excepto antes de procedimentos urológicos invasivos.
          • Evitar a irrigação do catéter.
          • Não usar rotineiramente antimicrobianos sistémicos como profilaxia.
          • Não mude rotineiramente cateteres.


           Documento completo in Vol. 29, No. S1, October 2008 of Infection Control and Hospital Epidemiol (http://www.jstor.org/stable/full/10.1086/591060#h1)

          quinta-feira, 24 de março de 2011

          Estratégias para evitar as infecções associadas aos cuidados de saúde em hospitais de agudos (2)

           (continuação)
          Prevenção da Pneumonia Associada à Ventilação (PAV)

          • Educar os profissionais de saúde que cuidam de doentes submetidos à ventilação sobre a PAV, incluindo informações sobre a epidemiologia local.
          • Educar os médicos que cuidam de doentes submetidos à ventilação não-invasiva sobre estratégias ventilatórias. 
          • Realizar a observação directa do cumprimento das medidas específicas para prevenção de PAV. 
          • Realizar uma vigilância activa para a PAV e associar medidas de processo nas unidades onde se cuidam de doentes submetidos à ventilação para os doentes suspeitos de serem de alto risco ou suspeitos para a PAV, com base em avaliação de risco.
          • Implementar políticas e práticas para a desinfecção, esterilização e manutenção de equipamento respiratório, de acordo com as normas baseadas em evidência cientifica.
          • Realizar os cuidados regulares à boca com um anti-séptico de acordo com as directrizes do produto. 
          • Promover a ventilação não-invasiva
          Algumas abordagens especiais para a prevenção da PAV. Realizar uma avaliação de risco. Estas abordagens especiais são recomendados para locais e / ou populações dentro do hospital após avaliação de risco que sugira ausência de controlo efectivo, apesar da implementação das práticas de base.

          Estratégias para evitar as infecções associadas aos cuidados de saúde em hospitais de agudos (1)

          Os CDC estimam  que 1 em cada 20 doentes hospitalizados nos Estados Unidos desenvolve uma infecção associada aos cuidados de saúde. (IACS). Nos EUA, a prevenção das IACS é uma prioridade nacional, com iniciativas lideradas por organizações de saúde, associações profissionais, agências governamentais e de acreditação, legisladores, reguladores, contribuintes e grupos de defesa do consumidor.  

          Para ajudar os  hospitais a focar e priorizar os esforços para implementar práticas baseadas na evidência para prevenir infecções, a Society for Healthcare Epidemiology of America, a Infectious Diseases Society of America Standards e o Practice Guidelines Committee implementarm esforços para criar um compêndio conciso de recomendações para a prevenção de IACS.

          A implementação deste compêndio destaca um conjunto de estratégias básicas de prevenção IACS. Os documentos dão um passo importante no sentido de apresentar recomendações práticas num formato projetado para ajudar os hospitais agudos a priorizar e na prevenção IACS. 

          Foram quatro as categorias de recomendações projectadas: Infecção da corrente sanguínea (INCS) associada ao cateter venoso central (CVC); Pneumonia associada à ventilação mecânica (VAP); Infecções urinárias associadas ao cateter vesical (ITU); Infecções do local cirúrgico (ILC). Além destas categorias de IACS, também infecções causadas pelo Staphylococcus aureus resistente à meticilina [MRSA] e infecção por Clostridium difficile [CDI]) estão incluídos devido a alta incidência e morbidade.
           
          O que se segue é um resumo das estratégias de prevenção das IACS apresentados neste compêndio. 
           
          Prevenção da INCS associada ao CVC 
          • Educar os profissionais de saúde envolvidos na inserção, cuidados e manutenção dos CVC.
          • Usar uma checklist para garantir a adesão às práticas de prevenção da infecção no momento da inserção do CVC.
          • Realizar a higiene das mãos antes da inserção ou manipulação do CVC.
          • Evitar a veia femoral para colocar CVC em adultos.
          • Usar um kit de cateter com tudo incluído.
          • Use barreiras máximas (equipamentos de protecção individual) estéreis durante a inserção do CVC.
          • Use um antisséptico com chlorhexidina para a preparação da pele em doentes com mais de 2 meses de idade.
          • Desinfectar as portas da injecção antes de aceder ao CVC.
          • Retirar os cateteres não-essenciais.
          • Para CVC não tunelizado em adultos e adolescentes, trocar os pensos transparentes e executar os cuidados ao local com um antisséptico com chlorhexidina a cada 5-7 dias ou mais frequentemente se o penso estiver sujo, solto ou húmido; pensos com gaze devem ser trocados a cada dois dias ou mais frequentemente, se estiver sujo, solto ou húmido.
          • Substituir a circuitos de administração de fluidos (não utilizados para sangue, hemoderivados, ou lipídios) em intervalos não superiores a 96 horas.
          • Realizar vigilância epidemiológica das INCS associadas ao CVC.
          • Usar pomada antimicrobiana para o local de inserção do CVC de hemodiálise
          Abordagens especiais para a prevenção de INCS associada ao CVC: Realizar uma avaliação de risco. Estas abordagens especiais são recomendados para locais e / ou populações dentro do hospital após avaliação de risco que sugere ausência de controlo efectivo, apesar da implementação das práticas de base.
          • Em unidades de cuidados intensivos, doentes com mais de 2 meses de idade, dar banho diário com uma preparação de chlorhexidina. 
          • Uso de CVC impregnados em anti-séptico ou antimicrobianas em adultos. 
          • Uso de pensos com chlorhexidina nos CVC em pessoas com mais de 2 meses de idade. 
          • Use tampas antimicrobiana para CVC. 
          Abordagens que não devem ser consideradas por rotina.
          • Não use a profilaxia antimicrobiana para inserção de CVC de curta duração ou tunelizados, enquanto estão em situ. 
          • Não substituir rotineiramente os CVC.
          • Não use rotineiramente conectores sem agulhas com pressão positiva com válvulas mecânicas antes de uma avaliação exaustiva dos riscos, benefícios, e educação sobre o uso adequado. 

          segunda-feira, 14 de março de 2011

          Precauções de isolamento

          As medidas globais de prevenção e controlo de infecção são aplicáveis, na prestação de cuidados, a todos os utentes independentemente de ser conhecido o seu estado infeccioso e são denominadas de Precauções Básicas.
          As medidas complementares às Precauções Básicas são as Precauções Dependentes das Vias de Transmissão, que são aplicáveis na prestação de cuidados aos utentes cujas patologias ou microrganismos envolvidos são conhecidos e requerem medidas adicionais (ex: Tuberculose pulmonar ou infecções por Staphylococcus aureus Meticillina Resistente - MRSA).
          A Direcção-Geral da Saúde no microsite do controlo de infecção tem publicado as "Recomendações para as Precauções de Isolamento. Precauções Básicas e Precauções Dependentes das Vias de Transmissão"  http://www.dgs.pt/ms/3/default.aspx?pl=&id=5514&acess=0

          Os Centeres for Disease Control and Prevention (CDC) têm publicadas as  "Guideline for Isolation Precautions: Preventing Transmission of Infectious Agents in Healthcare Settings" publicadas em 2007. Para rápida consulta, o Anexo A tem estruturada uma tabela de microrganismos/patologias, o tipo de isolamento necessário e a respectiva duração das medidas. - http://www.cdc.gov/hicpac/pdf/isolation/Isolation2007.pdf

          quarta-feira, 9 de março de 2011

          Práticas de injecções seguras

          Para a prevenção de infecções como a hepatite ou infecções da corrente sanguínea, torna-se indispensável o uso de seringas e agulhas estéreis, de uso único (descartáveis) para cada administração de injectáveis, usando técnica asséptica.

          Dados dos EUA referem que 1% a 3% dos prestadores de cuidados de saúde reutilizam a mesma agulha e / ou seringa para em vários doentes.

          Assim, é lançada nos EUA (Nevada e Nova York) a campanha  The One & Only Campaign. 

          Pretende-se que para cada injecção seja usada uma única seringa e agulha, uma única vez. As pessoas  devem insistir nestes princípios para eliminar o risco de contrair doenças infecciosas através de injecções.

           É recomendado o uso de frascos de dose única relativamente aos frascos de doses múltiplas, em especial quando os medicamentos serão administrados a múltiplos doentes.

          Para as práticas de injecções seguras são feitas as seguintes recomendações que se aplicam ao uso de agulhas, seringas, e, quando aplicável, aos sistemas de administração intravenosa:
          • Utilizar técnicas assépticas para evitar a contaminação do material de injecção esterilizado;
          • Não administrar medicamentos de uma seringa para várias pessoas, mesmo que a agulha ou a cânula da seringa sejam mudadas. Agulhas, cânulas e seringas esterilizadas são de uso único, não devem ser reutilizados, nem para aceder a uma medicação ou solução que possa ser utilizada em doentes subsequentes;
          • Usar infusões e sistemas de administração apenas para um doente e descartar adequadamente após o seu uso;
          • Usar frascos de dose única de medicação parenteral, quando possível;
          • Não administrar medicamentos de dose única (frasco ou ampola) para vários doentes ou juntar o conteúdo de sobra para uso posterior; 
          • Nos frascos multidose, a agulha e a seringas usadas para aceder ao frasco devem ser estéreis;
          • Não guaradr frascos multidose junto do doente; armazenar em conformidade com as recomendações do fabricante; descartar se a esterilidade estiver comprometida ou questionável;
          • Não utilizar embalagens de solução intravenosa, como uma fonte comum para vários doentes.


          terça-feira, 8 de março de 2011

          Campanha Nacional de Higiene das Mãos. Relatório 2008-2010


          Campanha Nacional de Higiene das Mãos insere-se na estratégia multimodal proposta pela World Alliance for Patient Safety, da Organização Mundial da Saúde (OMS), no seu 1º. Desafio “Clean Care is Safer Care”, vários foram os países que aderiram e implementaram o mesmo modelo de campanha. Pretende promover a prática da higiene das mãos, para a diminuir as infecções associadas aos cuidados de saúde (IACS) e para controlar as  resistências aos antimicrobianos, tendo como meta a diminuição das infecções associadas aos cuidados de saúde (IACS). Portugal aderiu oficialmente ao desafio da OMS, a 8 de Outubro de 2008.

          É através deste relatório que agora são publicados os resultados, de cerca de 2 anos, da campanha nacional de higiene das mãos.

          A adesão à higiene das mãos foi observada em dois momentos distintos, como avaliação diagnostica e como avaliação de seguimento (após ter sido implementada a campanha com os elementos informativos e com formação aos profissionais de saúde).

          Verificou-se um aumento da taxa de adesão à higiene das mãos de 46% para 65% (na avaliação diagnostica e de seguimento respectivamente).

          Relativamente à taxa de adesão por grupos profissionais verificou-se um aumento da taxa de adesão em todos eles. O grupo dos médicos, apesar de registar um aumento de 15% relativamente à 1ª. avaliação, é o grupo que registou o menor aumento e também o que regista a menor taxa de adesão à higiene das mãos na avaliação de seguimento. 

          Relativamente à taxa de adesão, de acordo com os 5 momentos propostos pela OMS, os momentos em que os profissionais mais cumpriram a higiene das mãos foram: “depois do risco de exposição a sangue e fluidos corporais” e “depois do contacto com o doente” (estes protegem mais o profissional de saúde e o ambiente).

          Os momentos que mais protegem o doente são os que menos se cumprem: “antes do contacto com o doente”e “antes de procedimentos limpos ou assépticos”. Tal como, também é frequentemente esquecido o momento: “depois do contacto com o ambiente envolvente do doente.

          "Apontou-se, como objectivo geral, atingir uma de taxa de adesão de 75% (média nacional), sendo que o preconizado pela OMS, para 2013, é de 90%". 

          A adesão à higiene das mãos nos 5 momentos é fundamental para evitar a transmissão cruzada de microrganismos potencialmente causadores de infecção.

          Relatório in http://www.dgs.pt/ms/3/default.aspx?pl=&id=5514&acess=0

          Prevenção da infecção do tracto urinário associada ao cateter vesical

          Segundo os CDC (Centers for Disease Control and Prevention), as infecções do tracto urinário (ITU) são o tipo mais comum de infecção associada aos cuidados de saúde, representando mais de 30% das infecções nos hospitais de agudos. Muitas das ITU são associadas ao cateter urinário e têm sido associadas ao aumento da morbidade, mortalidade e custos hospitalares. 


          Guidelines in http://www.cdc.gov/hicpac/pdf/CAUTI/CAUTIguideline2009final.pdf

          Hiperglicemia pós-operatória e infecção do local cirúrgico em doentes submetidos a cirurgia geral

          Os doentes com diabetes têm mais infecções do local cirúrgico (ILC) tal como outras infecções nosocomiais. Embora o mecanismo pelo qual a diabetes predispõe a ILC não seja bem compreendido, a hiperglicemia tem sido proposta como um factor causal para as elevadas taxas de infecções em diabéticos. 

          Esta revisão retrospectiva analisa se os níveis de glicemia pós-operatórios são preditivos de ILC.
          Foram analisados os registos de 2.090 doentes submetidos a cirurgia geral, colorectal e vascular e quais adquiriram ILC. Em 7,42% foi identificado ILC. Foram avaliados vários factores de risco como a idade, a emergência da cirurgia, a classificação ASA, o tempo de cirurgia, a ocorrência de transfusão de concentrados de eritrocitos e os níveis de glicemia pré e pós-operatória.

          A hiperglicemia pode ser o principal factor de risco para ILC em doentes de cirurgia geral e colorrectal. Níveis séricos de glicose superior a 110 mg / dL foram associados a maiores taxas de infecção pós-operatória.

          Os autores concluem que a glicemia pode ser o factor de risco mais importante para a ILC e que um controlo agressivo da glicemia no pós-operatório imediato pode reduzir a ILC.

          Artigo original in the September issue of Archives of Surgery